Ir ao banheiro e satisfazer as necessidades básicas é um hábito rotineiro e uma expressão de dignidade. É tão comum e imprescindível a presença desse cômodo nas residências de parte da população que o acesso a ele é tido como dado. Mas você sabia que, no Brasil, 5,7 milhões de pessoas não têm acesso a um banheiro exclusivo para os moradores da casa ou utilizam um buraco para fazer as necessidades? A falta dessa estrutura tão fundamental tem impactos na saúde e na qualidade de vida de milhares de famílias e comunidades do país.
Neste artigo, você vai conhecer a história do vaso sanitário. Esse é um dos componentes mais importantes do banheiro, e sua invenção foi um verdadeiro avanço no desenvolvimento do saneamento básico nas cidades. Isso porque ela possibilitou o descarte de dejetos humanos de forma eficiente para reduzir a contaminação e a ocorrências de doenças e, com isso, até aumentar a expectativa de vida da população.Quem inventou o vaso
sanitário e quando?
Hoje, para muitos, o uso de um vaso
sanitário para a realização de necessidades fisiológicas pode parecer óbvio,
mas, ao longo da história do homem nas cidades, as diferentes culturas lidaram
de forma bastante variada com a questão do saneamento e da
destinação de excrementos.
As cidades italianas na era medieval
dispunham de normas que definiam o destino de carcaças de animais e limites
para a atividade pecuária em locais urbanos, bem como a proibição de lançamento
de fezes e urinas nas ruas. Sim, esse ato imundo de lançar os dejetos pela janela,
apesar de proibido, tornou-se muito comum, inclusive no Brasil, até o século
19.
No entanto, a questão é: sem vasos
sanitários, como os excrementos eram descartados de modo “legal”? Em muitas
cidades, os dejetos eram depositados em tonéis e direcionados ou para cloacas
(espécies de fossas ou canais
sanitários) ou para a adubação. As pessoas utilizavam penicos ou outros tipos
de recipientes para isso. Havia também latrinas públicas com estruturas que
lembram um fosso, buraco ou vala, onde as pessoas defecavam. Por exemplo, no ano
300 d.C. (depois de Cristo), o Império Romano havia
disponibilizado cerca de 144 latrinas públicas que contavam com água corrente.
Eigenheer acrescenta ainda que a distinção entre fezes e lixo só
começou a existir mais claramente a partir da segunda metade do século 19, de
modo que eles passaram a ser coletados separadamente. E o vaso sanitário teve
um papel importante na destinação diferenciada de cada tipo de material.
Contudo, essa ideia não pegou assim tão fácil.
Como
o uso da privada foi disseminado nas sociedades após sua invenção?
Foi com a Revolução Industrial, no século
18, que a popularização do vaso sanitário começou a ganhar
força. Já com a ideia de implementar a peça em um sistema de saneamento básico,
em 1775, o
escocês Alexander Cumming patenteou a ideia da privada como nós a conhecemos
hoje. Entretanto, foi o engenheiro mecânico Joseph Bramah que, em 1778, aperfeiçoou
o projeto da bacia sanitária com uma descarga de água. Esse mecanismo permitia
que os dejetos fossem eliminados por um sistema de sucção.
Contudo, foi somente no século
19 que a ideia de um vaso sanitário ligado a um sistema subterrâneo de esgotamento se concretizou. Nesse período, o tema passou a ser
mais amplamente discutido. Com essas ideias inovadoras, a história do vaso
sanitário começou a ganhar força na vida moderna, causando um impacto muito
significativo nas cidades.
Atualmente no século XXI um tipo de vaso sanitário que vem substituindo as válvulas de descarga está esquematizado na figura abaixo.
Ao acionar a alavanca, toda a água do tanque é escoada e aumenta o nível no vaso, até cobrir o sifão. De acordo com o Teorema de Stevin, quanto maior a profundidade, maior a pressão. Assim, a água desce levando os rejeitos até o sistema de esgoto. A válvula da caixa de descarga se fecha e ocorre o seu enchimento. Em relação às válvulas de descarga, esse tipo de sistema proporciona maior economia de águaExiste
um costume de colocar garrafas d'água cheias dentro do tanque,
para que o volume dessa água não seja desperdiçado na evacuação.
Apesar de deixar mais fraca a descarga é, de fato, um jeito de propiciar economia.
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