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A HISTÓRIA DA ENGRENAGEM



A engrenagem é, talvez, o elemento de máquina mais antigo criado pela humanidade. Provavelmente, as primeiras engrenagens foram feitas de forma rudimentar, com pedaços de madeiras e outros materiais fáceis de serem trabalhados. Seus primeiros registros históricos datam por volta de 1000 a.c., ainda na idade antiga, quando a engrenagem surge como elemento da engenharia das civilizações. As primeiras descrições escritas sobre engrenagens foram feitas por Aristóteles, no século 4 a.c. Ele mencionou elementos como parafuso sem-fim e coroa em seus escritos.

Durante a idade média, na era romana, as engrenagens já eram usadas em moinhos de vento, moinhos de água, pré-tensão de catapultas, para içar âncoras de navios, entre outras utilizações. Foi nessa época que as engrenagens passaram a ser efetivamente usadas como redutoras de velocidade.

Durante o século XV, Leonardo da Vinci criou esboços de vários projetos usando engrenagens e sugeriu um uso mais amplo, destas, em máquinas. Esses desenhos e esquemas dos mecanismos de engrenagens cilíndricas de dentes retos, cônicas, parafusos sem-fim e coroa são utilizados, diariamente, até hoje. Entretanto foi apenas na revolução industrial, com a invenção da primeira máquina ferramenta para fabricação de engrenagens, que foi possível obter dentes com maior precisão e o uso das engrenagens aumentou expressivamente.

As engrenagens são rodas ou cilindros dentados que estão presentes em quase todos os sistemas que possam transmitir potência de um eixo a outro, aumentando ou reduzindo variáveis da transmissão, como por exemplo a rotação, a velocidade angular e o torque. A transmissão de movimento rotativo de um eixo para outro ocorre em quase todas as máquinas e equipamentos que se possa imaginar, a fim de solucionar problemas de transporte, impulsão, elevação e movimento.

Por meio da combinação de engrenagens de diferentes características, é possível transmitir movimentos e ampliar ou reduzir forças. Ou seja, um motor girando muito rápido pode fornecer grande energia para o conjunto, mas não torque suficiente. Com uma modificação ou redução da engrenagem, a velocidade pode ser regulada e a força equilibrada. E essa é exatamente a função dos redutores de velocidade! Ou seja, através de uma combinação de engrenagens montadas no interior de uma caixa fechada e lubrificada, eles reduzem a rotação e amplificam o torque.




TIPOS DE ENGRENAGENS

 As engrenagens não só apresentam tamanhos variados, mas também se diferenciam em formato e tipo de transmissão de movimento. Dessa forma, podemos classificar as engrenagens empregadas normalmente dentro dos seguintes tipos:


Cônicas
É empregada quando as árvores se cruzam; o ângulo de intersecção é geralmente 90°, podendo ser menor ou maior. Os dentes das rodas cônicas tem formato também cônico, o que dificulta a sua fabricação, diminui a precisão e requer uma montagem precisa para o funcionamento adequado. A engrenagem cônica é usada para mudar a rotação e a direção da força, em baixas velocidades.



Helicoidais
Os dentes são dispostos transversalmente em forma de hélice em relação ao eixo. É usada em transmissão fixa de rotações elevadas, por ser silenciosa devido a seus dentes estarem em componente axial de força que deve ser compensada por mancal ou rolamento. Serve para transmissão de eixos paralelos entre si e também para eixos que formam um ângulo qualquer entre si (normalmente 60 ou 90°).

Hipóides
As engrenagens hipóides são uma variedade de engrenagens que, ao contrário das cónicas, os seus eixos não se cruzam. São empregadas para transmitir movimento e cargas elevadas entre eixos que não se cruzam. Podem ser de diversos tipos de dentados espirais.

Cremalheira
É uma barra de dentes destinada a engrenagens. Assim pode se transformar um movimento de rotação em movimento retilíneo ou vice-versa.

Retas
Os dentes são dispostos paralelamente entre si em relação ao eixo. É o tipo mais comum de engrenagem e o de mais baixo custo. É usada em transmissão que requer mudança de posição da engrenagem em serviço, pois é fácil de engatar. É mais empregada na transmissão de baixa rotação do que na de alta rotação, por causa do ruído que produz.

Parafuso de rosca sem fim
Engrenagens sem-fim são usadas quando grandes reduções de transmissão são necessárias. Esse tipo de engrenagem costuma ter reduções de 1:20, chegando até a valores maiores do que 1:300. Muitas engrenagens sem-fim têm uma propriedade interessante que nenhuma outra engrenagem tem: o eixo gira a engrenagem facilmente, mas a engrenagem não consegue girar o eixo. Isso se deve ao fato de que o ângulo do eixo é tão pequeno que quando a engrenagem tenta girá-lo, o atrito entre a engrenagem e o eixo não deixa que ele saia do lugar. Essa característica é útil para máquinas como transportadores, nos quais a função de travamento pode agir como um freio para a esteira quando o motor não estiver funcionando.




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